10 MOTIVOS PARA VOCÊ QUESTIONAR
SEU TRATAMENTO DE SAÚDE
No
dia 26/10/2016, saiu publicado na Exame.com que “erros em hospitais podem matar
mais gente no Brasil do que câncer.” E continua: “Isso
significa que a cada três minutos, dois brasileiros podem ter morrido em
2015 por problemas durante a internação, como erros na aplicação de
medicamentos ou infecção hospitalar.”
Só este motivo já bastaria para o paciente e/ou seu familiar ficar
atento e questionar os profissionais de saúde sobre os procedimentos.
Entregar-se a um estranho que teoricamente está preparado pra atendê-lo
não o exime da sua corresponsabilidade em seu tratamento. E este começa
exatamente no momento em que você adoece.
É preciso desmitificar os profissionais de saúde, tirá-los do
pedestal em que se encontram e de onde o acesso é impossível. Faz-se urgente
que o diálogo entre profissionais de saúde e pacientes se instaure para
restaurar a saúde.
Sempre ouvir uma segunda opinião e se necessário mais outras
tantas. Só, então, o paciente deve fazer sua escolha por quem deverá atendê-lo
e qual tratamento seguir. Se for um atendimento de urgência fiscalize o que
estão fazendo, questione e entenda tudo, se você não tiver condições de fazer
isso, peça ao seu acompanhante que o faça. A sua vida é sua, portanto, seu
maior guardião deve ser você mesmo.
Quebrar paradigmas é importante. Precisamos de profissionais que
tenham uma visão mais ampla do ser humano, considerando-o como um todo e não
como um pedaço do seu corpo.
Também devemos avaliar com cuidado aqueles profissionais que são
apenas simpáticos e que respondem exatamente aquilo que os pacientes querem
ouvir. Não estou dizendo que devam ser grosseiros, muito pelo contrário,
ninguém quer ser maltratado. Estou dizendo que a isto se deve completar com
competência, sem arrogância e sem prepotência. A um profissional competente se
alia o estudo de cada caso que atende, além de manter-se atualizado e
aperfeiçoando-se.
Busque um profissional que dialogue não só com seus pacientes, mas
também com outros saberes dentro de uma infinidade de doenças que existem.
Para ilustrar um exemplo. Uma paciente estava se sentindo cansada
e procurou um cardiologista. Fez a primeira consulta e ele pediu inúmeros
exames. Ao ser perguntado sobre o que ela tinha, ele respondeu que precisava
primeiro dos exames, para depois falar. Fez os exames. Todos normais. A
paciente retornou ao médico que pediu mais exames, agora mais requintados.
Todos normais. Não encontrando nada relativo ao coração que pudesse estar
associado ao cansaço da paciente, o atribuiu a depressão e a medicou. Aí entrou
uma terceira pessoa que sugeriu à paciente que consultasse um pneumologista,
por ter histórico familiar de enfisema pulmonar e ser tabagista. Assim o fez.
Na primeira consulta o médico fez sua avaliação clínica com bastante critério,
ouvindo a paciente e investigando sua história. Pediu-lhe um exame e
recomendou-lhe um tratamento para melhorar o cansaço. No retorno a paciente já
se sentia bem melhor e a suspeita do médico de DPOC (doença pulmonar obstrutiva
crônica), se confirmou.
Se aquele primeiro médico, cardiologista, tivesse ouvido a
paciente com atenção, tivesse feito uma boa anamnese, e visse a paciente além
de um coração, provavelmente não teria lhe pedido tantos exames e a teria
encaminhado ao pneumologista. Desta maneira ela não teria perdido tanto tempo
sentindo-se mal e muito menos teria feito tantos exames desnecessários.
Também faltou à paciente um olhar mais desconfiado, mais crítico,
no sentido de questionar o cardiologista sobre suas suspeitas clínicas, porque
exames não são diagnósticos, são complementares de impressões diagnósticas. E
essas impressões já surgem em uma anamnese bem feita. Ao que parece o
cardiologista não tinha nenhum achado clínico e pediu tantos exames para a partir
de algum deles enquadrar o cansaço da paciente.
Assim, se você quer se preservar de sofrimentos maiores,
questione. Temos, no mínimo 10 motivos para questionar o tratamento que nos
impõem:
2. Muitos profissionais de saúde vêm de péssima formação acadêmica
e não estudam depois de formados.
3. Os valores estão mais voltados hoje para o “parecer” ser bom
profissional do que de fato o “ser”.
4. O marketing nunca esteve tão em alta e vende produtos e
serviços que deseja vender, não que sejam bons.
5. A desonestidade na feitura de procedimentos indicados que na
realidade jamais são realizados, mas que são cobrados.
6. A reutilização de materiais descartáveis.
7. A falta de assepsia. Quem nunca viu um profissional da saúde
atender ao celular com luvas? Abrir uma porta com luvas?
8. O esconder-se dos profissionais de saúde atrás da máxima “errar
é humano”, quando seu parente vem a óbito ou por erro médico ou negligência ou
imprudência.
9. A imposição do tratamento sem que haja diálogo com o paciente.
10. A sua vida importa a você mesmo: cuide dela.
Susana Alamy
Psicóloga Clínica e Hospitalar
psicologiahospitalar.net.br
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